O toque na alma

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Tudo parece se sustentar no pingo dágua que ainda não atingiu o solo.

Talvez venha daí o fascínio pela solidez das fotos, pois o tempo fica preso na divisão infinita do segundo que valeu um registro.

Há beleza ainda quando se reconhece que o movimento – o ser não elimina o estar que o transforma, indefinidamente, até seu ponto final – virá a ser cerceado por um limite, o do solo que o abrigará.

O vazio da alma emerge do vazio do outro em sua vida, no ser e estar só ao longo de toda uma existência com o verbo.

Mas, há algo além da nossa compreensão. Eis que surge uma flor no caminho do pingo d´água. De forma inusual, trazida pela apreensão do meu eu sem palavras, no espaço da comunicação afetiva, intuitiva, incomum, à distância.

O inesperado me fez, sozinha mesmo, sorrir!

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Data da postagem: 24.02.24

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Dia a dia … ou… Arte no gerúndio: Vivendo

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Alegria, prazer, satisfação, felicidade

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Não sei diferenciar de pronto, mas o fato é que a gente distingue o amplo espectro das emoções e sentimentos sem precisar nomear. 

No entanto, as palavras sempre clareiam e, de certa forma, permitem a autoconsciência que nos faz tanto bem quando estamos no lado positivo do sentir.

Principalmente, falar de felicidade talvez seja o mais difícil, porque não temos sempre presente que somos produto e processo no curso da vida. E esse complexo binômio do ser & estar tende a ser esquecido porque aspiramos ao impossível: a permanência de tudo aquilo que nos faz bem e a impermanência do que nos faz mal. 

Além do mais, podemos pensar que alegria cabe em felicidade, assim como no entrelaçamento de toda uma gama das emoções e sentimentos afetivamente positivos, que são os que estão em foco neste momento.

De repente, tudo isso passou pelo meu pensamento ao me apropriar do que sentia por saber de alguém, que quero bem, feliz. De certa forma, consegui perceber uma continuidade no ser & estar, como se uma felicidade duradoura existisse pelo potencial que se realiza a cada vez que acontece de saber que alguém querido está bem, alegre, satisfeito, feliz e com prazer em seu momento.

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Data da postagem: 17.11.2021

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Dia a dia … ou… Arte no gerúndio: Vivendo

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Feliz Natal e 2009 com todo amor de todos!

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REG 04

Resposta à amiga que me falou da melancolia nas festas de final de ano:

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Li seu comentário e pensei como a melancolia ataca mesmo muita gente nessa passagem simbólica da vida. Mas, queria falar de tristezas bonitas, pois é assim minha percepção de tal sentimento que, de tão complexo de definir por aglutinar várias dimensões ao mesmo tempo, assusta a gente e tende a nos fazer pequenininhos face ao que vai sempre em frente, sem paradas para reparos nem revisões… a vida. Digo isso porque também me envolvo numa mescla de sentimentos que nem sei definir direito, mas que sempre me deixam com a sensação de estar viva e de, por isso, habitá-los. Veja que, sem pensar, acabei de dizer habitá-los e não ser por eles habitada. Usei a atividade do sujeito da ação… Ao longo do tempo fui me dando conta disso, pois sinto alegria, banho-me no clima de fraternidade, sim, vejo em cinemascope todas as pessoas significativas para mim na minha lembrança, extraio o calor da temperatura criada pela aproximação de pessoas que compartilham algo que nem sabem o que é, mas que vivem isso como um momento em que a paz se instala entre muitos, mesmo que ao lado disso existam pessoas que estão em condições inumanas e que surjam os sentimentos de tocar a solidão inerente à condição de existência humana, a solidão de companhia de posse mais total – aquela(s) pessoa(s) a quem a gente pode chamar de meu (ou minha), mesmo sem ser – a dor de muitos desencontros, e outras faces mais difíceis do período. Mas, vence o mais forte: termino, sempre, contaminada pelo lado festivo do período, com choros esparsos nos entreatos, mas numa tristeza bonita porque expressão da capacidade de sentir o que na vida vale a pena de se ter: sentimentos.

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Data original: 00.12.08

[REG = revisitando escrituras guardadas]

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Data da postagem: 18.09.21

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Gotículas passadas

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O beijo, KLIMT

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Dos pequenos escritos guardados:

O mistério da vida me causa a mais forte emoção, é o sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação ou não pode mais experimentar espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram.

Albert Einstein

O carro da vida me leva e eu brinco de jogar as palavras como se os sentimentos e as emoções que as carregam com minha alma pudessem me deixar. E sinto-me uma viva-não-morta ao sabor de Einstein, pois não escapo do renovado espanto da menina a olhar as pedras atiradas da traseira da camionete no chão da estrada:  estrada que ia, pedras que voltavam.

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O peso da solidão hoje me deu um soco e me jogou sobre a colcha de retalhos dos momentos passados.

Inconsolável é a dor do vazio de si, trazido pela morte dos sentimentos e das emoções… porque não há a metamorfose do sentir  – o desespero da perda a transformar-se em saudade –  e sim a estranheza do que se foi antes.

A dor não é consentida. Ela vem: veste involuntária até fazer-se rota.

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Data da Postagem: 18 de Mar de 2012

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Dor inteira

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É fácil falar dela, quando já passou… difícil vivê-la… impossível não vivê-la… Hoje é um dia bom – e há muitos dele – para dizer da crença na sua superação em seu momento mesmo, como aparece ao final, porque hoje ela está ausente. Assim, retomo algo já escrito:

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Mulher chorando, PICASSO

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Dói ainda…  e como dói !

Dor seca,

Dor murcha, dor insana.

Dor calada,

Dor mastigada, rolando…

Dor cortante no suspiro tragado,

Dor vazia,

Dor dormente, dor de desesperança.

Dor tristonha,

Dor pisada, dor moída,

Dor de espartilho:  contida.

Dor gemida, sem ouvidos,

Dor picada, dor guardada.

Dor solitária,

Dor abafada, dor implosiva,

Dor orgulhosa, mas também humilde.

Dor contínua,

Dor cinza que chora e evapora.

Dor  teimosa e  arredia à partida,

Dor non-sense, entranhada no apesar de…

Dor tangente, bissetriz,

Dor presente,

Dor sofrida,

Dor minha.

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Um dia passa…

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Texto antigo que se renova vez por outra como texto da vida

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Data da Postagem: 25 de Fev de 2012

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Absoluto / Relativo

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Eu sempre gostei do termo absoluto para os sentimentos e do termo relativo para os conhecimentos.

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Data da Postagem: 10 de Fev de 2012

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