O eu que vai e fica nos outros, sou eu ou são os outros? Comunicar-se envolve as intrigantes e fascinantes questões de todos nós: eu/outro, singularidade/pluralidade, privado/público, secreto/manifesto, individual/coletivo, particular/geral, descontinuidade/continuidade, estar/ser… … imparidade/paridade.
Tudo parece se sustentar no pingo dágua que ainda não atingiu o solo.
Talvez venha daí o fascínio pela solidez das fotos, pois o tempo fica preso na divisão infinita do segundo que valeu um registro.
Há beleza ainda quando se reconhece que o movimento – o ser não elimina o estar que o transforma, indefinidamente, até seu ponto final – virá a ser cerceado por um limite, o do solo que o abrigará.
O vazio da alma emerge do vazio do outro em sua vida, no ser e estar só ao longo de toda uma existência com o verbo.
Mas, há algo além da nossa compreensão. Eis que surge uma flor no caminho do pingo d´água. De forma inusual, trazida pela apreensão do meu eu sem palavras, no espaço da comunicação afetiva, intuitiva, incomum, à distância.
Ao ler a história de uma das dez mulheres que compõem o livro de Marcela Serrano, eu nunca mais esqueceria o que sublinhei de minha história ali presente.
Eu tenho déficit de atenção.
E, tudo bem, me canso mais que a maioria.
É como nunca chegar ao destino em linha reta, e por isso eu me canso tanto.
Mas eu sei que ela é organizadíssima, justamente por causa do déficit de atenção se tornou
obsessiva para poder funcionar.
Hoje, 23 de outubro de 2022, fazendo listas de compras para minha Nova Cozinha, passei pela pimenta entre os vários itens para ir ao supermercado, na retomada da alimentação caseira por motivos de saúde.
E resolvi falar da surdez empática para a minha labilidade de atenção associada a outras características de funcionamento neurofisiológico ao longo de toda a minha vida. O ditado me veio à mente: Pimenta nos olhos dos outros é refresco, principalmente quando o outro dá conta das providências necessárias ao viver de qualquer um de forma organizada e satisfatória.
Sim! Tenho 74 anos, sou capaz de continuar gerindo minha vida, mas o esgotamento de tal condição, amenizada mas não resolvida pelo Venvanse, é uma realidade negada pelo mundo que me cerca, desconhecedor do cansaço de viver assim, daí advindo.
PS Uma nova Árvore surgiu no meu computador: A pasta “2022 Retomada da alimentação em casa” já está com 5 subpastas que, por sua vez, também contam com filhotes… No meu espaço no Google Drive, até ja dei acesso a pessoas próximas para a subpasta “Nova Cozinha”, pois estou tendo que criar cardápios saudáveis e, por isso, ela conta com “Compras”, “Cozinha por dia”, “Dicas” e “Receitas”… … … Assim caminha a obsessividade organizacional e o cansaço de uma TDA(H)!!!
Em movimento, no fugaz instante do presente, eu vivo, vivendo, sinto, sentindo, penso, pensando, admiro, admirando, gosto, gostando… e, se em tudo eu imprimir a renovação que a criatividade enseja a partir de um passado não negado em direção a um futuro enriquecido, eu tenho a arte do Viver pela força reconhecida do tempo no gerúndio.
[Antiga expressão minha, sempre lembrada, principalmente, em horas em que o espírito vaga no dolcefarniente!]
Pirangi do Norte, 03 de janeiro de 2022.
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Data da postagem: 03.01.2022
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Dia a dia … ou… Arte no gerúndio: Vivendo
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